[9.4.07]
[Pensamentos aéreos]
“... sentem duas crianças barulhentas ao meu lado”. Que bom, acho que está dando certo. Já está quase na hora da decolagem e ainda não sentou ninguém aqui. Se bem que aqueles dois caras parecem estar vindo pra cá. E vieram mesmo. Nossa, eles estão usando umas roupas, digamos, um tanto exóticas. Será que pega mal eu perguntar se tinha camisa para homem na loja onde eles compraram? Bom, melhor não arriscar.
Ah, eles são franceses! Turistas, isso explica o gosto equivocado para roupas. Franceses... Acho que essa já é a quarta vez que eu viajo ao lado de um francês. Isso só contando os vôos domésticos. E olhe que eu nem viajo tanto assim. Quais as chances de isso acontecer? Acho que são poucas. Deve ser uma espécie de carmABAIXA ESSE BRAÇO PELAMORDEDEUS! Cruzes, que fedor. Agora vou ter que passar o resto do vôo fazendo pensamento positivo para que esse cara não precise levantar os braços pelas próximas duas horas.
Olhe só que desfaçatez: a pessoa pega um vôo na hora do almoço, paga quase 500 reais por uma passagem e a única coisa que tem para comer é um pacotinho de amendoim (blergh). Depois a companhia aérea alega que tem um baixo custo para poder vender passagens mais baratas. Me engana que eu gosto.
Estou começando a repensar aquilo que falei anteriormente sobre as janelas. Tá bom, no início e no fim do vôo é até interessante ficar olhando lá para baixo, mas o durante é um saco. Não tem nada acontecendo. Água, água, um pedacinho de terra, mais água, alguns barcos bem diminutos, uma imensidão de água, mais um pedacinho de terra, outros barcos, água, água, água. Realmente, é uma distração sem fim. Acho que vou brincar de contar os barcos lá em baixo. Acabamos de passar por uns cinco navios. Mais três. Agora foram quatro. Se bem que um deles não parece ser barco. Ele tem uma cor diferente e se move de um jeito estranho. Parece mais uma lula gigante... Cara, eu não acredito que estou vendo uma lula gigante de perto! Ok, não tão de perto já que eu me encontro a alguns pés de altura, mas definitivamente não é uma coisa que a gente vê todo o dia. Se bem que nem deve ser uma lula gigante: elas devem nadar em águas mais profundas e eu nunca ouvi falar desses bichos na costa brasileira. É, é impossível ser uma lula gigante. Mas é que ela está se movendo tão sorrateiramente. E está atacando o outro barco! Cara, eu não acredito que estou presenciando um ataque de lula gigante de perto!
Que vontade de comer Bono de chocolate. Deve ser essa maldita música do U2 que não me sai da cabeça.
Esse tempo que não passa. Acho que vou ler alguma coisa. O rótulo da água mineral, uma leitura deveras interessante. Composição química, blá, blá, blá, envasada por Beltrano indústria brasileira, blá, blá, blá, água radioativa da fonte tal... Peraí, água radioativa!? Nunca ouvi falar nisso. A mistura de água radioativa com amendoim deve até gerar mutações. Legal, vou virar uma X-Men.
Que tédio, meu Deus. Se eu ainda conseguisse dormir como o francês aqui do lado. Ele está dormindo tão bem que chega a estar de boca aberta, só falta babar. Acho que vou fazer umas bolinhas de papel e tentar encestar na boca dele. Taí um passatempo divertido. Se bem que é capaz do francês que está acordado achar ruim. Já imaginou se eu causo um incidente diplomático? Já estou vendo a manchete dos jornais: Governo francês exige condenação de brasileira que matou um cidadão francês asfixiado com bolinhas de papel. Melhor arranjar outra coisa para fazer.
Finalmente está chegando. Acho que da próxima vez trarei um livro. Só assim para eu não pensar tanta besteira...
Por Lady Sith às [14:58]
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