[12.10.06]
[Nós vamos invadir sua praia]
Pena que só é bonita assim no cartão postal
Morar em cidade que tem praia é uma maravilha, principalmente quando ela está a alguns metros de distância da sua casa. O bom de ter uma praia por perto é ter um lugar para fazer as suas caminhadas, dar um passeio, tomar uma água de coco ou simplesmente relaxar ouvindo o barulho das ondas enquanto lê um bom livro. É um paraíso. O único problema é que você só pode aproveitar toda a tranqüilidade da praia nos dias úteis, pois nos finais de semana e nos feriados ela se transforma em uma autêntica visão do inferno.
Pelo menos isso é o que acontece na praia de Boa Viagem, aqui em Recife. Boa Viagem é uma praia linda, mas sofre de um problema: com a especulação imobiliária que invadiu a praia para a construção de prédios - não entendo por que pessoas ricas adoram morar praticamente dentro do mar, deveriam construir logo umas palafitas - e o aumento do nível do mar, alguns pontos estão praticamente sem faixa de areia. Nestes locais foram erguidas barreiras para conter o avanço do mar e nos deixaram apenas uma faixa de areia mínima.
É justamente aí que reside o problema. Durante a semana, como as pessoas estão trabalhando e são poucos os que podem ir à praia, está tudo tranqüilo. Mas nos dias "inúteis" temos o acréscimo de milhares de pessoas que vêm de longe para aproveitar o dia de sol - entre eles, aquelas mulheres besuntadas com óleo de bronzear que ficam estendiddas em toalhas enquanto gritam para os filhos coisas do tipo "Sidny, sai da água para o tubarão não te pegar" - e centenas de vendedores ambulantes e barraqueiros. E são centenas MESMO.
A presença deles traz muitos transtornos. Os barraqueiros têm o péssimo hábito de ocupar toda a praia com as cadeiras e guarda-sóis que eles alugam. Mas não pensem que eles só colocam os objetos quando têm fregueses: eles chegam cedo e ocupam TODA a extensão da areia. Tomam conta da praia na maior cara de pau. Isso quer dizer que se você levar sua cadeira não terá espaço para colocar porque eles se recusam a tirar as deles, mesmo aquelas que não estão ocupadas. No fim, para não se indispor com os "donos" da praia, temos que pagar para usufruir um local público e que deveria ser gratuito. Além deles, temos vendedores de todos os tipos, desde aqueles que vendem produtos alimentícios - que não têm as mínimas condições de higiene - a comerciantes de filtro solar, brinquedos e CDs piratas, estes disputando a atenção dos banhistas com aquelas músicas breguíssimas executadas no último volume. Se já não bastasse ter que enfrentar toda essa balbúrdia durante a sua caminhada matinal, ainda temos os resquícios da confusão durante o resto do dia. Temos os bêbados que ficam dormindo jogados pelos bancos, as pessoas sem limites que ficam dançando ao som do carro de algum incoveniente com o porta-malas aberto e a montanha de lixo espalhada pela areia.
Esse caos todo em um dos principais cartões postais de uma cidade que deseja aumentar o fluxo de turistas é inadmissível. Imagine que impressão que causa principalmente nos visitantes estrangeiros, acostumados com locais muito mais organizados. E o pior é que a Prefeitura não faz nada para regulamentar essa baderna. Quando faz, prefere proibir o frescobol, o jogo de futebol e os cachorros, ao invés de dar um basta na bagunça. O mínimo que poderia ser feito seria limitar o número de vendedores, cadastrá-los e elaborar regras de conduta - como só permitir que as cadeiras fossem colocadas quando alguém quisesse ocupá-las e obrigá-los a recolher o lixo que produzem. Desta forma, os comerciantes poderiam continuar ganhando o seu dinheiro, mas os habitantes da cidade e os turistas teriam uma praia organizada que seria uma fonte de descanso, e não de stress. Do jeito que está atualmente, parece que vivemos em uma terra de ninguém.
Por Lady Sith às [13:08]
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