[29.3.06]

[Biloxi Rosembrick]


Em um dos textos anteriores, eu disse que chamaria meu filho de Biloxi quando quisesse zoar da cara do moleque. Sei que, para alguns dos meus leitores, esse nome é tão misterioso quanto o “Rosebud” dito no filme Cidadão Kane. Para que não reste mais nenhuma dúvida, escrevo esse texto para esclarecer que Biloxi, aliás, Biloxi Rosembrick, é apenas o nome que darei ao meu futuro filho.

Vocês devem estar pensando agora: “que absurdo! Como você teria coragem de dar um nome desses para o seu filho!?”. Acalmem-se, pois isso não passa de uma brincadeira. Eu não gosto de nomes duplos – como Carlos Daniel – e muito menos esdrúxulos, como Clerverson, mas sempre gostei de brincar dizendo “vou colocar esse nome no meu filho” cada vez que descobria um nome estranho (ok, reconheço que meu senso de humor é bobo). Aliás, um dos motivos que me levam a fazer essa piada é justamente o tipo de reação que provoca nas pessoas. É engraçado ver a cara de espanto dos outros e ser chamada de louca, maníaca, detentora de péssimo gosto, sádica, doente e outros adjetivos tão bonitos e agradáveis. E é também incrível notar como são poucas as pessoas que conseguem distinguir uma afirmação séria de uma brincadeira. Para aqueles que acham que tenho mal gosto e que apenas uma mente doentia e sacana seria capaz de bolar um nome desses, esclareço: essas duas graças existem de verdade.

Biloxi é o nome de uma cidade dos Estados Unidos. Descobri que ela existia ano passado, durante as notícias sobre o furacão Katrina. Eu estava lá assistindo despreocupadamente aos noticiários televisivos quando ouvi essa palavra de seis letras. Automaticamente, virou o novo nome do meu filho. Ainda mais quando eu descobri como ela era escrita. Uma graça! Já Rosembrick é o nome de um jogador do Santa Cruz. Também descobri por acaso, enquanto assistia à transmissão de uma das partidas da Série B no ano passado. O namorado que chamou minha atenção para ele, dizendo que seria um nome perfeito para uma argamassa. No entanto, eu achei que cairia como uma luva no meu filho. O namorado disse que eu tinha que decidir se seria Biloxi ou Rosembrick. Mas para quê decidir entre duas coisas que juntas caem tão bem? Eis que surgiu Biloxi Rosembrick.

Desde então, Biloxi virou uma verdadeira entidade. Falo dele como se existisse de verdade. Quando vejo uma criança bonitinha já digo “olha um Biloxi”. Quando alguém discute sobre educação de crianças, eu tenho que soltar um “Biloxi só verá desenhos legais, como O Laboratório de Dexter” ou “se Biloxi gostar de axé, coloco o pirralho no psicólogo”. Já elaborei várias coisas sobre Biloxi: ele não será daquelas crianças chatas que se jogam no chão de mercados e shoppings quando querem algo, aprenderá a nadar e a andar de bicicleta, será sempre levado à praia, mas só em horários seguros, e se esbaldará nas piscinas naturais. Biloxi será apresentado desde pequeno a bons filmes, músicas e livros, se vestirá como criança, e não como um mini-adulto e será engraçado, esperto, inteligente, educado e sem frescura (ao contrário da mãe). Ah, também decidi que não o chamarei de Biloxi. A não ser quando eu quiser zoar da cara do moleque.

Quem é o Biloxi fofo da mamãe?



Por Lady Sith às [08:35]

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[24.3.06]

[O meu amor]

O meu amor tem um jeito manso que é só seu
E que me deixa louca quando me beija a boca
A minha pele toda fica arrepiada
E me beija com calma e fundo
Até minh'alma se sentir beijada, ah

O meu amor tem um jeito manso que é só seu
Que rouba os meus sentidos, viola os meus ouvidos
Com tantos segredos lindos e indecentes
Depois brinca comigo, ri do meu umbigo
E me crava os dentes, ai

Eu sou sua menina, viu?
E ele é o meu rapaz
Meu corpo é testemunha do bem que ele me faz

O meu amor tem um jeito manso que é só seu
De me deixar maluca quando me roça a nuca
E quase me machuca com a barba malfeita
E de pousar as coxas entre as minhas coxas
Quando ele se deita, ai

O meu amor tem um jeito manso que é só seu
De me fazer rodeios, de me beijar os seios
Me beijar o ventre e me deixar em brasa
Desfruta do meu corpo como se o meu corpo
Fosse a sua casa, ai

Eu sou sua menina, viu?
E ele é o meu rapaz
Meu corpo é testemunha do bem que ele me faz

Termino essa semana especial com a participação do Chico Buarque com a nossa música. Espero que vocês tenham gostado. Rafa, parabéns pra nós. ;)


Ele é o meu rapaz


Por Lady Sith às [07:28]

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[23.3.06]

[Acredite se quiser]


Um ano de namoro em estatísticas inúteis e fatos curiosos:

1 - Depois de todo esse tempo juntos, nossos pais ainda não se conhecem. Eu sei que vocês dirão que é um absurdo, mas não é culpa nossa. Eles ficam aguardando a situação perfeita, alguma festa ou comemoração. E com essa história de ocasião propícia, já se passou um ano e, até agora, nada. Mas vou compensar essa falha e arranjar um jeito de esse povo finalmente se conhecer. Nem que eu tenha que amarrá-los e levá-los à força!

2 - Desde o nosso reencontro no jogo de futebol até o início do namoro, se passou um mês. Se contarmos a partir do momento que meus amigos linguarudos souberam que eu gostava dele, foram duas semanas. E acredita que, mesmo assim, eles reclamavam que a gente era muito devagar e que o namoro não sairia nunca? Faça-me o favor! Ô povinho pentelho.

3 - Nós trocamos exatos 150 e-mails durante esse ano, totalizando 1.315 respostas (sim, eu me dei ao trabalho de ir no Gmail e somar tudo isso). Eu ainda me espanto com a nossa capacidade de conversar tanto sobre nada.

4 - Nós somos muito parecidos fisicamente - há controvérsias, mas eu acho que somos. Não foram poucas as pessoas que já vieram me perguntar se ele era meu primo ou meu irmão. Algumas delas fizeram essa pergunta mesmo depois de ver que nós estávamos nos beijando. Não quero imaginar em que tipo de família doentia esse pessoal foi criado...

5 - Nesses 365 dias juntos, em 51 deles um dos dois esteve viajando, ou seja, 13,98% do tempo. O último mês faz parte dessa estatística. Desde o dia 16 de fevereiro eu estou em um estado permanente de ansiosa espera. Mas essa espera já está perto de acabar. Quer dizer, sexta-feira à noite já está próxima?

6 - Com uns três meses e alguma coisa de namoro, ele veio me dizer que, além da nossa situação financeira, não havia nada que nos impedisse de casar. Eu tentei chamá-lo à realidade: "nada, Rafael?". Mas ele continuava insistindo até que eu finalmente perguntei: "e o fato de a gente se conhecer há pouco mais de quatro meses, não conta?". Aí ele teve que concordar comigo. Deus, será que dá para colocar mais bom-senso naquela cabeça?

7 - Levou cerca de um mês e meio até que nossos pais soubessem do namoro. Sabe como é, a gente queria ver se dava certo e estava planejando a melhor forma de contar. Entretanto, não adiantou nada esse planejamento, pois, dos dois lados, a revelação aconteceu acidentalmente por causa de conversas telefônicas. A mãe dele ficou sabendo através de uma "denúncia anônima" e minha família porque a bisbilhoteira da minha irmã ficou escutando uma conversa nossa na extensão. Por essas e outras é que eu amo ter irmã mais velha.

8 - Eu fui a primeira a dizer as famigeradas três palavrinhas, também conhecidas como "eu te amo" (sempre as mulheres, não tem jeito). Mas, como pessoa moderna que sou, falei pelo MSN. Acho que era medo de assustá-lo ou de ficar com cara de tacho esperando ouvir um "eu também" que nunca viria (mas ele veio). É a tecnologia ajudando a aproximar as pessoas.

9 - Nós somos um casal anti-clichês melosos. Por isso nunca espere nos ouvir nos tratando por apelidos carinhosos (né, zunzunguinho? :p) ou trocando carinhos excessivos na frente dos outros. No máximo um beijinho bem tímido, mãos entrelaçadas e nossa piscadinha cúmplice. Afinal, para que fazer isso em público se é bem melhor quando estamos só os dois? (Nós temos apelidos carinhosos, mas não revelo nem sob tortura).

10 - Esse um ano de namoro representou 4,43% da minha vida e 4,09% da vida dele (eu disse que as estatísticas eram inúteis). Bem longe dos 10%, que eu considero um número bastante expressivo. Espero que a gente chegue lá.


Por Lady Sith às [07:42]

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[22.3.06]

[Dez coisas que eu amo em você]


Para provar que eu realmente sou uma ótima namorada, farei uma lista bastante diferente daquela publicada no texto passado. Com isso tento apagar qualquer possível mágoa que tenha ficado ontem e também procuro limpar um pouco a minha barra (imagina se aquele povo todo que te ama inventa de partir pra cima de mim?). Vamos lá, eu amo:

1 - Te ver: explicando melhor, eu amo como eu me sinto quando te vejo. Vou tentar explicar mais ou menos como é. É como se, de repente, meu coração começasse uma série ininterrupta de duplos twists carpados. Ao mesmo tempo, sinto um calor se apossando do meu corpo e um sorriso que teima em surgir nos meus lábios. E uma sensação que eu acho que só pode ser uma felicidade plena. Eu me sentia assim todos os dias quando te via subindo as escadas da faculdade. E me sinto desse mesmo jeito até hoje. Será que isso demora a passar? Espero que sim.

2 - Como você sempre reserva um espaço ideal para eu me aconchegar: quando você se acomoda em qualquer lugar, eu já posso ver aquele braço delimitando meu lugar. É um convite irrecusável para encostar minha cabeça no seu ombro. E como é bom sentir o seu braço me envolvendo e você me fazendo chamego. É todo o conforto, carinho e proteção que eu preciso.

3 - Te ouvir: gosto de ouvir suas histórias, de saber como foi seu dia, e até as suas reclamações. E gosto de ver sua empolgação ao me falar sobre o Náutico, a última novidade oferecida pelo Google, a Teoria do Caos e todos aqueles assuntos que te interessam. Também amo a sua paciência para me explicar qualquer coisa, especialmente aquelas que envolvem uma tecnologia um pouco mais avançada. E como você me explica tudo direitinho, mesmo sabendo que eu sou meio burrinha e não entenderei quase nada. E também a sua capacidade de elaborar as coisas simples, como quando eu perguntei, com uma semana de relacionamento, se a gente estava namorando. E você respondeu qualquer coisa parecida com: "Estou feliz por estar contigo e te conhecer. E, cada vez mais, quero te conhecer, ficar contigo e te fazer feliz. Se isso significa namorar, então posso dizer que estamos namorando". Tinha como não me apaixonar? Tinha!? Xiii, agora é tarde...

4 - Quando você me ouve: é bom saber que posso dividir tudo contigo: minhas dúvidas, frustrações, alegrias, tristezas, medos, lembranças, histórias engraçadas. Gosto de ver a tua paciência em ouvir até mesmo quando eu conto alguma besteira que aconteceu comigo ou começo a desfiar minha cultura inútil sobre cinema, tv e música. E nessas horas eu amo ver o jeito como você me olha, tão admirado, parecendo até que está me vendo pela primeira vez. E nesse momento eu realmente consigo me sentir a coisa mais linda e valiosa que você tem.

5 - Os e-mails que nós trocamos: nesse quase um ano de namoro, foram cerca de 150. Alguns deles chegavam a ter 76 ou 59 respostas (ah, esse maravilhoso Gmail que nos permite agrupar as conversas tão facilmente). Eu às vezes gosto de ler alguns deles para relembrar tudo que passamos. É engraçado ver como no começo éramos formais e escrevíamos com todo o cuidado. Depois fomos perdendo a timidez até virar essa esculhambação que é hoje. Isso só vem provar que intimidade é mesmo uma porcaria...

6 - Ver que você se preocupa comigo: receber uma mensagem no celular inesperadamente, um presente sem nenhuma razão especial, uma visita quando estou doente, um e-mail ou um telefonema quando estou triste, um chocolate. Todas essas pequenas coisas que demonstram que em algum momento do dia você pensou em mim me deixam muito, muito feliz.

7 - O fato de você sempre me incluir nos seus planos para o futuro: gosto de ficar planejando contigo como será nossa vida, onde iremos morar, essas coisas. E acho engraçado lembrar como será nosso apartamento (o globo terrestre no escritório, as partidas de videogame e jogos de tabuleiro, os banheiros separados para não haver desentendimento) e do nosso acordo de chamar nosso filho de Biloxi pelas costas quando quisermos zoar da cara do moleque (piada interna. É uma estória um pouco comprida para eu contar agora).

8 - Como você me faz sentir bem: quando estou ao seu lado, sempre me sinto feliz e segura. Estar contigo é sempre bom, seja para um cinema, para uma sessão caseira de filmes, para jogar xadrez... Sua companhia é uma das coisas que eu mais prezo e espero não perdê-la por nada.

9 - Seu senso de humor: além de boa companhia, você é muito divertido. É bom andar contigo na rua cantando ou fazendo piada, ficar rindo dos casais melosos, das pessoas atrapalhadas, dos apresentadores de telejornal quando eles falam alguma besteira ou dos personagens de filmes e novelas por eles serem muito babacas. E o que falar dos nossos momentos-clichê? Quem mais imitaria comercial de vitamina C comigo na chuva? Quem teria coragem de posar de casal de comédia romântica correndo na praia e rindo enquanto um joga água no outro? Só você mesmo...

10- Ver que você realmente me ama: nem adianta disfarçar, está estampado no jeito que você me olha, na forma de falar comigo, em como você me beija, na maneira de me abraçar, no seu jeito de dizer "Patrícia..." quando quer falar sério. Tudo te denuncia e isso é a coisa que eu mais amo em você.


Por Lady Sith às [08:23]

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[21.3.06]

[Dez coisas que eu odeio em você]


Ao contrário do que muitos dizem, amar não é achar que o outro é perfeito e se fazer cego aos seus defeitos. Nada disso, nós simplesmente temos que aceitar que todos têm qualidades e defeitos, que às vezes a pessoa amada não vai concordar com tudo o que nós pensamos e sentimos e que mesmo aquela coisa que mais te irrita é perfeitamente suportável. A chave para um relacionamento duradouro é ter sempre tolerância, compreensão e respeito. Dito isto, não me considerem um monstro por enumerar as dez coisas que eu mais odeio (odiar é uma palavra muito forte, mas é só para casar com o nome daquele filme famoso) no namorado. Eu odeio:

1 - A sua mania de planejar tudo: uma pergunta simples como "quer ir ao show do Nando Reis?" não tem uma resposta igualmente simples como um "sim" ou um "não". Geralmente é algo assim "temos que ver se teremos companhia, como vamos fazer para ir e voltar, quanto dinheiro precisaremos, etc". Eu primeiro compro o ingresso do show, depois vejo como vou fazer para ir. Você tem que fazer todo um plano de ação para só depois se decidir. Isso é o que eu chamo de ser maníaco por controle.

2 - Como às vezes você consegue ser tão cabeça dura: é só colocar uma coisa na cabeça que geralmente você não muda de idéia. Isso raramente acontece, é verdade, mas custava ter levado o sabonete quando foi viajar? Aposto que não levou só de pirraça. Pelo menos tive o consolo de saber que você quebrou a cara ao chegar no flat e ver que não tinha sabonete. Ha ha ha, bem feito! :D

3 - Quando você fica sinceramente ofendido por eu te chamar de bobo, esquisito ou nerd: saiba que eu só te chamo de bobo e esquisto de brincadeira. E que nerd nunca é usado por mim em tom depreciativo. Alguém que tem orgulho de ser nerd nunca poderia fazer uma coisa dessas.

4 - Como você sempre consegue inverter as coisas: quando eu estou a fim de te pentelhar, fazendo birra e fingindo que estou com raiva, você sempre dá um jeito de mostrar que eu estou errada e que, na verdade, é tudo culpa minha. Isso lá é coisa que se faça? Você não sabe que as mulheres têm necessidade de estar sempre certas? Custa me deixar ganhar uma discussão às vezes, pôxa?

5 - A maneira como você fala de mim na frente dos amigos em comum: não gosto quando você me chama de Dona Encrenca ou Patroa na frente dos amigos. Sei que é brincadeira, mas eu acho injusto. Nunca briguei contigo, nunca quis te proibir de sair para qualquer lugar ou de falar com alguma mocréia. Eu sou uma namorada tão legal, você devia era agradecer todos os dias, isso sim.

6 - Como você disfarça as suas críticas: ao invés de falar "você não vai escrever no blog de Pedro do mesmo jeito que você escreve no seu blog, né?" é melhor dizer "acho que seu estilo não é adequado para um blog mais sério, como o de Pedro". Eu prefiro. E juro que não fico chateada.

7 - Quando você fica chateado com algo e não me fala: na primeira vez que conversamos sobre aquele assunto que você não gosta de lembrar, você passou o resto do tempo que estava comigo meio calado. Eu pensei que você tinha ficado com raiva de mim. Não faça mais isso, por favor. Só pensar em te deixar triste me desespera.

8 - O excesso de zelo que você tem comigo e a falta de zelo consigo mesmo: sei que você se preocupa comigo e quer cuidar de mim, eu adoro isso. No entanto, você tem que entender que eu também me preocupo contigo e que não gosto de te ver se arriscando à tôa. Então aceite que eu posso voltar de ônibus sozinha antes das sete da noite. Sou muito cuidadosa, pode ficar tranqüilo. E isso me poupa da preocupação de você pegar ônibus muito tarde naquela parada esquisita .

9 - Como O MUNDO TODO te ama: ser amado pelos pais, irmão, amigos e parentes mais próximos é normal. Mas com você a coisa chega a ser absurda! Onde já se viu a mãe da namorada do seu primo vir falar para mim para cuidar bem de você porque você é um menino de ouro? Fala sério, isso não existe! Acho que até a tia da cantina do colégio onde você fez a alfabetização te ama. Eu fico morrendo de medo de um dia te magoar e todo esse povo partir pra cima de mim. E isso não acontece só com quem te conhece há muito tempo. Até meus amigos e meus parentes te adoram. Posso apostar que gostam mais de você do que de mim.

10 - Como você consegue se tão inteligente, carinhoso, engraçado, companheiro e tão perfeito para mim que torna tão complicado preparar uma simples lista com os seus maiores defeitos...


Por Lady Sith às [08:09]

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[20.3.06]

[Não há nada de muito romântico...]


... na maneira como nos conhecemos. (...) Não há uma estória bonitinha que nós contamos juntos, rindo e parecendo tão charmosos ao completar as frases um do outro. Na verdade, foi tudo um acidente. Assim como é para todas as outras pessoas.

O trecho acima é de uma música do Morphine que eu acho que ilustra perfeitamente o início de qualquer relacionamento. Ou você vai negar que a maioria das pessoas que passam pelas nossas vidas a gente só conhece por um mero acidente? Bom, comigo foi assim. Tudo, mas tudo mesmo, foi um grande acidente. Desde a primeira vez que a gente se viu até quando começamos a namorar.

Acompanhem: o namorado entrou na faculdade em 2001. Eu entrei na mesma faculdade um ano depois. Ele estudava à noite e eu pela manhã. Mas ele havia trancado um semestre e, quando voltou, o currículo tinha sido reformulado e calhou de ele ter que pagar uma cadeira na minha sala (acidente número 1). Não vou dizer que foi amor à primeira vista, mas admito que fiquei encantada por ele de cara. Sabe aquela pessoa que basta olhar para você achar legal, ouvir umas poucas opiniões para se identificar e trocar algumas palavras para querer conhecer? Pois foi exatamente isso que aconteceu. Então... Bem, então fiquei só na vontade mesmo. Como já disse, sou muito tímida e reservada. Nunca teria coragem de chegar perto dele e dizer: "olá, meu nome é Patrícia. Você me parece ser muito legal. Quer ser meu amigo?". O semestre acabou, ele voltou a estudar à noite e eu só o via algumas vezes. Virou minha paixão platônica.

Isso durou uns três anos, mais precisamente até fevereiro do ano passado. Num domingo qualquer, fui ver meus amigos jogando futebol - sim, ver meus amigos jogando futebol é, para mim, a idéia de um programa divertido - e o namorado era um dos peladeir... er... jogadores. Foi uma grande coincidência: ele só foi convidado porque encontrou com um dos meus amigos no ônibus e eu quase não fui porque inventei de ir à praia e só não perdi a carona por uns 15 minutos (acidente número 2). Fiquei sentada num canto enquanto eles jogavam. Quando a partida de Rafael terminou, ele me chamou para sentar ao lado dele e nós ficamos horas conversando. Foi tão natural, uma identificação imediata. Então... Bem, então ficou só nisso mesmo. Eu fui ao cinema e continuei alimentando uma paixão platônica e ele foi para casa e continuou com a sua vida (apesar de ter me dito depois que se lamentou por estar suado e não ter me acompanhado no cinema naquele dia).

Seguiram-se as etapas típicas dos relacionamentos modernos: ele me adicionou no Orkut e depois passamos a conversar pelo MSN. Tudo muito tranqüilo até eu cair na besteira de contar para um amigo, que se revelou um tremendo fofoqueiro (acidente número 3), sobre o meu encantamento. Como temos um melhor amigo em comum, foi uma questão de dias até ele ficar sabendo. Foi o meu desespero: eu não conseguia olhar para a cara do garoto sem ficar constrangida, amaldiçoei meus dois amigos linguarudos e queria nunca mais pisar na faculdade. Então... ele me chamou para sair! Isso mesmo, finalmente aconteceu alguma coisa nessa estória! Bom, essa parte eu vou resumir. Fomos dar uma volta na praia, conversamos, nos beijamos e começamos a namorar (apesar de só termos nos dado o rótulo de "namorados" uma semana depois).

Pensando bem, acho que temos mesmo uma estória bonitinha para contar. Principalmente quando relembro de todas as particularidades do nosso primeiro encontro: ele chegando na porta da minha casa com uma folha da lista telefônica na mão para não errar o caminho; nós trocando filmes alugados (Peixe Grande e A Felicidade não se Compra) para termos uma desculpa para nos ver no dia seguinte; eu incrédula perguntando "sério!?" quando ele me pediu um beijo; o coco caindo no ombro dele quando estávamos indo embora (acidente número 4. Ooops, não é desse tipo de acidente que eu estava falando...); ele resistindo à dor para se fazer de forte. Enfim, cada uma dessas pequenas coisas que faz o nosso "acidente" ser tão diferente do de outras pessoas. Para eles também foi um acidente, mas não um igual ao nosso.

* Idéia (e trechos) retirada da música The Way We Met do Morphine.


Por Lady Sith às [08:16]

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[Semana especial]


No dia 26 de março, ou seja, próximo domingo, eu e o namorado (também conhecido como Sr. Rafael Lima Moura) estaremos fazendo um ano de namoro. Dizem os mais prudentes que nós não devemos sair fazendo propaganda do que é nosso por aí para não despertar a inveja alheia. Mas como estou muito feliz, resolvi mandar a prudência às favas e dividir um pouco da minha alegria com vocês. Por isso, declaro oficialmente aberta a Semana Especial - Aniversário de Namoro. Vou tentar não ser brega ou piegas. E vou fingir que não estou nem ouvindo na minha cabeça a voz do Danadão (um locutor de rádio daqui de Recife) falando "sua romântica, sua apaixonada".


Por Lady Sith às [08:11]

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[16.3.06]

[Amizade virtual]


Em um dos primeiro posts do blog, eu disse que era uma pessoa um tanto resistente às novidades trazidas pela modernidade. Não que eu seja contra o computador, a internet e o telefone celular, nada disso! Só acho que algumas aplicações da tecnologia são exageradas e inúteis. Quem é que precisa de uma geladeira que faça a sua lista de compras? É o tipo de inovação cara e dispensável que não me agrada.

Enfim, como eu estava dizendo, sou uma pessoa contrária a certas "mudernidades". Uma delas, surgida em conseqüência desses tempos de comunicação sem fronteiras, é a idéia da "amizade virtual". Esse é um conceito que, na cabeça dessa pessoa um pouco antiquada, era algo impossível de acontecer. Era inconcebível para mim pensar em encontrar um completo estranho em uma sala de bate-papo e engrenar uma conversa, ainda que sobre banalidades. Se já acahava meio absurdo falar sobre cinema ou sobre o tempo, imagina dividir minhas idéias, opiniões, sonhos, alegrias e frustrações com alguém que eu nunca vi e que nem sei se está falando a verdade? Não me sentia nem um pouco à vontade. Com isso, não conseguia cumprir dois requisitos da amizade: confiar no outro e ser capaz de dividir coisas íntimas com ele. Pode até ser que isso seja fruto da minha personalidade tímida e reservada, mas eu simplesmente não conseguia e não achava natural.

Também tinha o problema da virtualidade. Acho que certos sentimentos só são despertados realmente através da convivência, do contato. Como você pode amar ou ter carinho por alguém que nunca viu? Quer dizer, poder até pode, mas acho que você ama mais a imagem idealizada que você cria daquela pessoa, e não o que ela é de verdade. A pessoa pode falar coisas nas quais não acredita ou fingir ser o que não é por trás de um monitor. Eu sei que na vida real também podemos fazer isso, mas, com a convivência, você consegue perceber certas falsidades rapidinho. No entanto, as amizades (e até namoros) virtuais continuavam acontecendo, para a minha total incredulidade.

Quer dizer, total incredulidade até uns quatro meses atrás. Foi mais ou menos nessa época que eu comecei a freqüentar o Fórum do Garotas. Um lugar onde a gente conversa (e brinca) sobre tudo, com pessoas muito divertidas, garotos inteligentíssimos de 14 anos e pessoas de quase 40, mas com o espírito jovem, todas elas formando uma verdadeira comuNIdade. Hoje eu já me pego pensando neles como "os meus amigos do Fórum" e recorrendo a eles sempre que me sinto um pouco triste ou entediada. A mesma coisa aconteceu com "os meus amigos do blog". A cada vez que eu leio um texto, sinto um carinho cada vez maior por eles e me pego torcendo para que aquele trabalho dê certo ou para que o namoro (ou casamento) continue sempre firme e feliz.

Entretanto uma coisa não mudou. Eu continuo achando que encontrar com eles seria o ideal. E lamento que essas amizades, provavelmente, nunca serão reais...


Por Lady Sith às [13:49]

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[14.3.06]

[Teste aqui!]


Durante o meu expediente, de tempos em tempos tenho o costume de acessar o portal do Ig para dar uma olhada nas notícias. Passeio pela página inicial e é sempre a mesma coisa: a pizza nas CPI´s, como foi o dia do Lula, os resultados dos principais jogos de futebol, aumento no preço do álcool, diminuição da inflação, alguma notícia dispensável sobre a celebridade do momento... Enfim, nada que me atraia para ler além da manchete. Mas eis que, lá no meio da página, duas palavras mágicas chamam a minha atenção: "teste aqui!". Pronto, caí feito um patinho. E lá vou eu novamente me dedicar a responder um teste feito de perguntas fúteis para descobrir um aspecto totalmente irrelevante da minha personalidade.

O engraçado é que eu nunca fui uma maníaca por testes, nem quando assinava a revista Capricho - em minha defesa, alego que estava no início da adolescência e, há uns 8 anos, a revista era interessante e não uma coleção de futilidades e incentivo ao estilo de vida "eu sou de todo mundo". Mas, de uns tempos pra cá, não posso ver um que já vou correndo fazer. Não é minha culpa, esse pessoal inventa uns testes muito divertidos e superintrigantes. Se eu leio a manchete, não consigo me conter até descobrir o resultado. Especialmente daqueles testes ao estilo "quem é você em...?" que a gente encontra aos montes pela internet.

Fala a verdade, como alguém pode resistir à possibilidade de descobrir quem seria em Belíssima? Eu seria a Júlia Assumpção, personagem da Glória Pires. Tá bom que fui chamada de insossa, mas sou uma excelente administradora e estou sempre preocupada em ajudar as pessoas. E em um desenho animado? Eu seria o Charlie Brown. Tá bom que fui chamada de insossa (e boboca), mas sou fofa, excelente amiga e responsável. E se fosse um personagem do X-Men? Eu seria o Ciclope. Tá bom que fui chamada de insossa, mas sou uma líder nata e uma pessoa bem educada. Humm... agora que eu reparei que poderia passar sem saber disso.

Mas nem tudo está perdido. Esses testes me permitiram saber mais sobre mim mesma do que simplesmente chegar à conclusão de que eu sou uma pessoa sem graça, porém limpinha. Pude saber, por exemplo, que sou chique. Sério! Eu sei ter boas maneiras até mesmo em uma ida ao motel (não sabia que tinha código de etiqueta nesse local, mas tudo bem). Descobri que o perfume ideal para mim são os orientais, mas eu prefiro mesmo os cítricos. Também pude descobrir que sou uma mulher zen, quase uma hippie (logo eu que sempre me considerei agitada). Agora eu também sei que não estou pronta para namorar - simplesmente porque eu não desmarcaraia uma viagem para ficar cuidando do meu amorzinho (termo usado pelo criador(a) do teste) que caiu doente...

Depois desses resultados tão equivocados, sou forçada a admitir que a única utilidade dos testes é proporcionar alguns minutos de diversão despreocupada. Mas eu sei que um dia eles serão úteis e me ajudarão a saber mais sobre mim mesma. Tenho certeza que eles irão me ajudar a responder a questão suprema: que tipo de sofá me definiria como pessoa? E sei que, nesse momento, todo o tempo perdido terá valido à pena. Mesmo que eu não concorde com a resposta.

Ciclope? Eu preferia ser o Fera



Por Lady Sith às [08:25]

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[8.3.06]

[Privado por natureza]

Banheiro público. Não conheço nenhuma outra expressão na língua portuguesa que contenha tamanha antítese. Como pode ser classificado como público um local onde você faz coisas tão íntimas como tirar meleca, tomar banho, fazer necessidades fisiológicas, passar hidratante e dublar a Bonnie Tyler usando o frasco de xampu como microfone? Não dá, é impossível. Banheiros públicos não deveriam existir, são a contradição suprema.

No entanto, não são todas as pessoas que pensam dessa forma. Tem gente que se sente em casa dentro de um banheiro desses. Levante a mão quem nunca entrou num sanitário de shopping e viu alguém espremendo as espinhas na frente do espelho. Isso é bem comum. Legais (??) mesmo são aquelas situações bizarras, como ver alguém fazendo xixi de porta aberta ou enxugando o suor do suvaco com papel higiênico. Mas nada supera entrar no recinto e ver uma senhora de calcinha, com a calça pendurada na porta de um dos reservados e refrescando as partes no lavabo. Sério, eu já presenciei essa cena. E ela não esboçou nenhuma reação ao me ver entrando. Tem coisas que só o banheiro do trabalho faz por você.

Alguns arquitetos provavelmente também devem achar que esse ambiente pode ser bem íntimo e pessoal. Só isso explicaria a decisão de colocar uma porta de vidro (!!!) na casinha - nome delicado que eu dou à parte onde fica a privada. Tá bom que o vidro é fosco, mas dá para ver perfeitamente a pobre cidadã que o está utilizando naquela desconfortável e contrangedora posição de "pipi em banheiro público". Eu sei que fica bonito, mas no quesito adequação ao uso, merece uma nota zero.

Mas de todas as situações que se podem enfrentar em um ambiente desses, a pior são as pessoas que, só porque te conhecem, acham que têm a obrigação de ficar puxando conversa. Não sei se também acontece com vocês, mas toda vez em que eu estou lá escovando os dentes, alguém tem que vir falar comigo. E não é só um "oi" rápido ou qualquer comentário ao qual você pode responder com um aceno de cabeça. Já vieram tentar conversar sobre trabalho, sobre o casamento de um colega nosso, sobre a frieza extrema do ar condicionado, sobre a novela... E eu lá, com a boca cheia de espuma sem saber o que fazer. Será que deveria cuspir tudo para conversar com a pessoa? Será que eu deveria ignorar? Será que deveria falar qualquer coisa, mesmo que ininteligível? Se eu falar com a boca cheia de pasta, passo por nojenta? E se não disser nada, será que sou mal-educada? Oh, céus, preciso urgentemente de um livro de etiqueta para essas horas.

Se bem que eu acho que a única solução para acabar com essas situações contrangedoras era criar um banheiro individual para cada um. Imagina como seria legal se todos tivessem uma chave que, quando colocada na fechadura do banheiro, desse acesso ao seu próprio ambiente, com as cores, os produtos e o cheirinho de sua preferência. Pronto, um banheiro público individual. Se eu vivesse em Hogwarts, talvez fosse possível.

Se eu fosse feiticeira, resolveria esse problema de banheiro público em um acenar de varinha



Por Lady Sith às [17:32]

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