[20.9.06]

[Eu acreditava que...]

... Jorge Amado e Dorival Caymmi eram a mesma pessoa. Dorival era o pseudônimo compositor e Jorge, o autor. Agora imaginem a minha confusão quando um morreu e o outro continuou vivinho da Silva.

... as nuvens eram sólidas e que se você saltasse de pára-quedas ou voasse de asa-delta poderia pegar um pedacinho e trazer para casa.

... a Elke Maravilha era homem. Quer dizer, eu acredito nisso até hoje e ninguém consegue me convencer do contrário.

... o meu pai e minha mãe sempre foram meu pai e minha mãe. Tentando explicar melhor, eu acreditava que a vida deles tinha começado no mesmo dia em que a minha e que a única atividade deles era ser meus pais.

... os brinquedos e as pessoas em fotografias estavam conscientes de tudo que se passava em sua volta. Por conta disso, eu morria de vergonha de trocar de roupa na frente das minhas bonecas e tomava cuidado ao falar certas coisas diante delas. Sabe como é, elas poderiam sair espalhando por aí.

... que algumas pessoas - como Jack Lemon, Gregory Peck e Katherine Hepburn, além dos meus avós - não morreriam nunca.

... se eu passasse mais de uma semana sem ver meus familiares ou meus amigos, eu esqueceria da fisionomia deles e, por não conseguir reconhecer ninguém, teria que passar os restos dos meus dias sozinha.


Por Lady Sith às [15:14]

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[15.9.06]

[Mal necessário]


Daqui a 15 dias cada um dos mais de 100 milhões de eleitores brasileiros terão que tomar uma, ou melhor, cinco importantes decisões que influenciarão decisivamente no futuro do nosso país. A esta altura, alguns dos leitores devem estar pensando: "já não bastam o horário político, as propaganadas eleitorais, as bandeiras nas ruas, a ampla cobertura de todos os meios de comunicação, ainda tenho que ler sobre eleições em um blog?". Sim, terão, a menos que escolham parar por aqui. E o primeiro assunto está diretamente relacionado ao questionamento acima.

Há cerca de 20 anos, quando o país havia acabado de sair da ditadura militar e da luta pelo voto direto, as eleições eram consideradas a "Festa da Democracia", a realização do anseio de escolher seus próprios governantes. Hoje o sentimento que despertam é muito diferente. É um misto de raiva pelo voto ser obrigatório, frustração com a classe política em geral e indignação por ter que perder a praia ou o churrasco do domingo. Existem duas correntes que tentam explicar o porquê desta mudança na forma de encarar a corrida eleitoral. Há quem diga que isso apenas demonstra o amadurecimento democrático do povo, um pragmatismo maior, a resistência ao populismo e o fim da ilusão de encontrar um "salvador da pátria". Já outras pessoas acreditam que esta mudança seja resultado da decepção com os políticos que utilizam seus cargos para enriquecer e da falta de interesse e de consciência política da maior parte da população.

Acredito que a segunda corrente tenha mais razão. É realmente exigir muito que o povo dê importância para uma votação que os principais interessados não parecem levar a sério. Basta ver a magnífica seleção dos partidos, que têm coragem de emprestar a sua legenda para que pessoas como Ferreirinha Aposentado, Biu da Kombi ou Zé do Óculos - esses candidatos não foram inventados - possam concorrer. E também os próprios candidatos que mais preocupados em fazer um bom marketing e promessas mirabolantes do que em apresentar e discutir propostas de governo bem fundamentadas acabam reduzindo qualquer idéia a jingles de rima pobre no estilo "é uma idéia diferente/ que vai levar o Brasil para frente/ Fulaninho presidente". Também não ajuda a aumentar o interesse ter que escolher entre candidatos indiciados na Justiça pelos mais diversos crimes (não temos um Congresso, mas um exemplar vivo do Código Penal), aqueles suspeitos de corrupção - os famosos mensaleiros, vampiros e sanguessugas - ou pessoas que estão há anos na vida pública sem nunca fazer nada de significativo pelo país.

Este quadro fez com que surgisse a idéia de votar nulo como forma de protesto. É bom que fique logo esclarecido que anular seu voto não vai causar nenhum prejúizo aos candidatos. Ele apenas será solenemente ignorado pelo TSE na apuração final. Nós não temos o poder de anular uma eleição, apenas o TSE pode fazer isso. Se somente 10 brasileiros derem votos válidos, eles serão os responsáveis por eleger o presidente dos outros 100 milhões de que preferiram se eximir da responsabilidade de escolher e resolveram dar uma de Pôncio Pilatos e lavar as mãos. Um presidente escolhido por 10 pessoas não deveria ter legitimidade para governar um país de 180 milhões de habitantes, mas, infelizmente, os responsáveis pela elaboração da legislação eleitoral brasileira parecem achar o contrário.

Então, o que podemos fazer agora? Só nos resta usar todo o arsenal de informações que temos e investigar suas excelências para fazer uma escolha mais consciente. Talvez não possamos escolher o melhor para o nosso país, mas o "menos pior" já seria um bom começo.


Por Lady Sith às [12:07]

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[2.9.06]

[24 em 24]


Eu já falei sobre a minha paixão pelo seriado 24 Horas em um outro texto. O meu vício geralmente se manifesta em ciclos anuais quando a Globo passa a exibir a nova temporada. No entanto, ele voltou mais cedo que o esperado. E isso aconteceu porque tive a feliz idéia de alugar a segunda temporada da série, que eu não tinha visto inteira. É impressionante como você nunca consegue se cansar de 24 Horas. É só terminar um episódio que você quer ver mais. Tive que resistir ao impulso de alugar os demais boxes e resolvi escrever esse texto para dar vazão ao meu lado ultimate-mega-power-jumbo-nerd-fã.

Esse texto foi escrito entre 21:20 e 22:55.

1 - Se tem uma coisa que qualquer fã de 24 Horas sabe é que ninguém é inteiramente confiável. Sua inocente irmã mais nova, seus colegas de trabalho, seus amigos, seus adoráveis vizinhos, qualquer um pode, de repente, se revelar (a) um terrorista, (b) um conspirador, (c) um traidor da pátria ou (d) todas as anteriores. É bom aceitar que nem a sua mãe, aquela santa mulher que trocou sua fralda e faz bolos deliciosos, pode ser considerada inocente.

2 - Existem alguns postos da série que nunca devem ser cobiçados. Nem em sonho deseje ser chefe da CTU (ou UCT - Unidade Contra Terrorismo). De George Mason a Michelle Desler, todos que ocuparam esse cargo já morreram, com exceção de Jack Bauer. Mas ele não conta porque é uma mistura de Highlander com Chuck Norris.

3 - Ser presidente dos Estados Unidos também tem grande possibilidade de acabar em morte.

4 - Se você é um rapaz e acha a Kimberly Bauer (filha de você sabe quem) atraente, nunca tente ser seu namorado. Dos infelizes que já se interessaram por ela um morreu, outro foi acusado de cúmplice de um assassinato e perdeu a perna em um acidente de carro e o outro teve o braço decepado. Isso é o que eu chamo de praga de pai ciumento. A mocinha precisa passar por uma sessão de descarrego para se livrar dessa urucubaca.

5 - Além da maldição de Jack Bauer, outro motivo para ficar longe da Kim é a grande capacidade da garota de se meter em encrencas e levar o namorado da vez junto. Ela já foi seqüestrada, foi refém em um assalto, acusada de assassinato, perseguida por um maníaco, entre outros. É preciso muito amor para aturar certas coisas.

6 - Jack Bauer é uma ilha de eficiência circundada por um oceano de incompetentes. Todos os figurantes e coadjuvantes da série insistem em não obedecer às suas ordens e sempre atrapalham o agente quando ele está bem perto de solucionar a ameaça terrorista. Como diz um dos fatos sobre Jack Bauer: "se todos na série fizessem o que Jack Bauer manda, ela se chamaria 12 Horas".

7 - Não existe ninguém mais letal do que Jack Bauer. Rambo, o Exterminador do Futuro, Steven Seagal, Chuck Norris? Pfff, não chegam nem perto. Se em algum momento da série Jack, 200 homens de uma equipe da Swat e 50 atiradores de elite da CTU invadirem o esconderijo dos bandidos, pode apostar que Jack matará mais pessoas do que os outros 250 juntos.

8 - O Presidente David Palmer é um exemplo de homem de conduta firme, um líder nato, honesto, ético, inteligente, sempre preocupado em fazer a coisa certa e promover o bem estar do povo norte-americano. Em suma, é tudo aquilo que os políticos brasileiros não são.

9 - David Palmer é uma espécie de reserva moral no núcleo político da série. Todos os outros que gravitam ao seu redor não prestam.

10 - Os roteiristas do seriado são sanguinários. Pode esperar uma imensa contagem de corpos ao fim de cada episódio. Ninguém escapa da sua sanha assassina. Nem mesmo os personagens principais. Por isso é que, para gostar de 24 Horas, você deve exercitar o desapego porque, invariavelmente, o seu personagem preferido morrerá.

11 - Personagens mais odiáveis: Nina Myers, Ryan Chapelle, Sherry Palmer, Kimberly Bauer e Behrooz Araz . Todos eles já foram tarde.

12 - O nepotismo existe no seriado. Só isso pode explicar a contratação de Kim Bauer (o ímã de confusão) como agente da CTU na terceira temporada.

13 - Se um dia você for testemunha em um caso investigado pela CTU, anote essas dicas: nunca fique em locais abertos ou você morrerá com um tiro na cabeça; se você ficar sozinho com algum agente em uma sala sem monitoramento, grite, senão você será morto; nunca diga "eu tenho essas evidências na minha casa/ meu escritório. Podemos pegá-las", pois você certamente será morto. Na verdade, é melhor nunca ser testemunha em 24 Horas, é morte certa.

14 - Cruzar o caminho dos vilões também é morte certa. Mesmo que você seja apenas um manobrista de carro que vá exigir o pagamento pelos seus serviços. E estar em um local movimentado não te protegerá do destino cruel: eles são capazes de te dar um tiro na cabeça bem na hora do rush na principal avenida de LA.

15 - Se quiser aumentar as suas chances de sobrevivência no seriado, é melhor se mudar para qualquer outro lugar que não seja Los Angeles.

16 - Os países inimigos dos EUA e os finaciadores do terrorismo são sempre tratados como "países do Oriente Médio". Portanto, não espere que os roteiristas da série dêem nome aos bois.

17 - Cena preferida de todos os tempos: Cloe descarregando uma metralhadora no carro dirigido por um terrorista que tentava matá-la.

18 - Todo fã nerd ama os toques de telefone da CTU (isso mesmo, os toque de telefone) e é capaz de identificar de quem é o ramal que está tocando. O meu toque preferido é o de Michelle Desler.

19 - Se por volta do 12° episódio a trama parecer ter sido solucionada, prepare-se: algo muito pior, mais rocambolesco e orquestrado por vilões mais impiedosos está para acontecer.

20 - É incrível como os vilões do seriado não aprendem que devem ter um pânico profundo de Jack Bauer. Todos eles caem na besteira de tentar enfrentá-lo achando que vão conseguir se safar só porque têm sotaque britânico, armas mais legais e frases de efeito mais elaboradas. Pois estão enganados, nada disso será capaz de poupar as suas vidas.

21 - Nem a morte é páreo para Jack Bauer. 20 minutos após ter sido ressucitado depois de uma parada cardio-respiratória (resultado de uma sessão de tortura que durou mais de uma hora), Jack saltou da maca em que estava deitado, roubou o revólver do torturador, matou três bandidos e enfrentou mais de 6 horas de correria.

22 - Não há nada mais angustiante para um fã de 24 Horas do que ouvir o "pi, pi, pi" da contagem de segundos anunciando o fim de um episódio.

23 - Teri Bauer teve uma morte merecida. Eu sei que essa afirmação é cruel, mas é verdadeira. A mulher foi seqüestrada, estuprada e espancada. Depois de passar por tudo isso qualquer um procuraria descansar ao chegar em um lugar seguro. Menos a idiota da mulher do Jack Bauer, que resolveu sair atrás da Nina Myers ( a principal vilã da primeira temporada) para agradecer por tudo que ela fez para libertá-la. Essa aí foi burra 50 vezes.

24 - Tony Almeida e Michelle Desler formam o melhor casal da TV. Não há como não se apaixonar pelos dois marcando de se encontrarem caso a CTU consiga impedir que uma bomba nuclear seja detonada em Los Angeles. E não há como deixar de torcer por um beijo a cada vez que eles trocam olhares durante a segunda temporada.

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Meu casal preferido



Por Lady Sith às [22:55]

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[Então]

Após um longo e tenebroso inverno, voltamos com a nossa programação normal. "Os rolos são trocados, o filme continua e ninguém na platéia percebe o que aconteceu".


Por Lady Sith às [21:14]

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