[17.11.05]
[É o quê?]
"É uma índia com colar/ A tarde linda que não quer se pôr/ Dançam as ilhas sobre o mar/ Sua cartilha tem o "a" de que cor ?".
Não sei vocês, mas eu adoro Nando Reis (acho que já deu para reparar). Mesmo sendo fã, não posso deixar de reconhecer que Relicário é uma das músicas mais sem pé nem cabeça que eu já escutei na vida. O conjunto de versos aí em cima, por exemplo, não faz sentido nenhum. Sem contar que são necessárias umas mil audições até qualquer pobre coitado conseguir entender que a primeira frase é "é uma índia com colar". No entanto, nem mil séculos serão suficientes para a mesma pessoa entender o que a danada da índia tem a ver com a tarde linda que não acaba e com a ilhas que dançam sobre o mar. Posso falar sinceramente? Os versos "o que você está dizendo?/ milhões de frases sem nenhuma cor" seriam mais reais se fossem "milhões de frases sem nenhum sentido".
E o quê dizer de Luiza do Chico Buarque? É belíssima, sem sombra de dúvida e ele é um gênio (pô, o cara consegui encaixar "paralelepípedo" em uma música!), mas precisa começar dessa forma: "Rua,/ Espada nua/ Boia no céu imensa e amarela/ Tão redonda a lua/ Como flutua"? Ok, é muito musical, tem um ritmo maravilhoso e a sonoridade da rima rua-nua-lua-flutua é qualquer coisa de espetacular. Mas os dois primeiros versos só servem para dar uma sonoridade bonita mesmo, pois o sentido passa longe.
Não tem como falar sobre música sem sentido sem tocar no clássico Djavan e sua composição Açaí. Ela já foi achincalhada, já foi tema de reportagem em que acusavam o compositor de ser o maior enganador da MPB, já foi dissecada e esculhambada em diversos meios. A razão de tanta revolta é que, lá pelas tantas, o Djavan entoa um "Açaí, guardiã/ Zum de besouro, um imã/ Branca é a tez da manhã". Como assim? Não consigo nem desenvolver teorias sobre este refrão, é muito complexo para a minha cabecinha e meus poucos neurônios. Só me resta reconhecer que tio Djavan é muito mais esperto que eu.
Para não dizer que estou perseguindo músicos brasileiros, encerro com a pérola do Nirvana em Smells Like Teen Spirit: "A mulato, an albino, a mosquito/ My libido/ Yeah". Acho que não precisa de tradução, pelo menos do inglês para o português. Entretanto, certamente seria necessário que alguém traduzisse o que se passava pela cabeça do Sr. Cobain ao escrever uma coisa tão contundente. Acho que a sua libido estava um tanto exarcebada e ele resolveu declarar seu desejo por mulatos e albinos. Agora não me pergunte o que o mosquito está fazendo no meio das esquisitas preferências sexuais do Kurt (eu até ia fazer uma piadinha, mas ela é muito infame e deveras baixo nível :D). E ele ainda grita um "Yeah" no final, para deixar bem claro o seu ponto de vista. Mas qual seria ele, mesmo?
Yeah!! Yeah o quê mesmo?
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