[20.3.06]

[Não há nada de muito romântico...]


... na maneira como nos conhecemos. (...) Não há uma estória bonitinha que nós contamos juntos, rindo e parecendo tão charmosos ao completar as frases um do outro. Na verdade, foi tudo um acidente. Assim como é para todas as outras pessoas.

O trecho acima é de uma música do Morphine que eu acho que ilustra perfeitamente o início de qualquer relacionamento. Ou você vai negar que a maioria das pessoas que passam pelas nossas vidas a gente só conhece por um mero acidente? Bom, comigo foi assim. Tudo, mas tudo mesmo, foi um grande acidente. Desde a primeira vez que a gente se viu até quando começamos a namorar.

Acompanhem: o namorado entrou na faculdade em 2001. Eu entrei na mesma faculdade um ano depois. Ele estudava à noite e eu pela manhã. Mas ele havia trancado um semestre e, quando voltou, o currículo tinha sido reformulado e calhou de ele ter que pagar uma cadeira na minha sala (acidente número 1). Não vou dizer que foi amor à primeira vista, mas admito que fiquei encantada por ele de cara. Sabe aquela pessoa que basta olhar para você achar legal, ouvir umas poucas opiniões para se identificar e trocar algumas palavras para querer conhecer? Pois foi exatamente isso que aconteceu. Então... Bem, então fiquei só na vontade mesmo. Como já disse, sou muito tímida e reservada. Nunca teria coragem de chegar perto dele e dizer: "olá, meu nome é Patrícia. Você me parece ser muito legal. Quer ser meu amigo?". O semestre acabou, ele voltou a estudar à noite e eu só o via algumas vezes. Virou minha paixão platônica.

Isso durou uns três anos, mais precisamente até fevereiro do ano passado. Num domingo qualquer, fui ver meus amigos jogando futebol - sim, ver meus amigos jogando futebol é, para mim, a idéia de um programa divertido - e o namorado era um dos peladeir... er... jogadores. Foi uma grande coincidência: ele só foi convidado porque encontrou com um dos meus amigos no ônibus e eu quase não fui porque inventei de ir à praia e só não perdi a carona por uns 15 minutos (acidente número 2). Fiquei sentada num canto enquanto eles jogavam. Quando a partida de Rafael terminou, ele me chamou para sentar ao lado dele e nós ficamos horas conversando. Foi tão natural, uma identificação imediata. Então... Bem, então ficou só nisso mesmo. Eu fui ao cinema e continuei alimentando uma paixão platônica e ele foi para casa e continuou com a sua vida (apesar de ter me dito depois que se lamentou por estar suado e não ter me acompanhado no cinema naquele dia).

Seguiram-se as etapas típicas dos relacionamentos modernos: ele me adicionou no Orkut e depois passamos a conversar pelo MSN. Tudo muito tranqüilo até eu cair na besteira de contar para um amigo, que se revelou um tremendo fofoqueiro (acidente número 3), sobre o meu encantamento. Como temos um melhor amigo em comum, foi uma questão de dias até ele ficar sabendo. Foi o meu desespero: eu não conseguia olhar para a cara do garoto sem ficar constrangida, amaldiçoei meus dois amigos linguarudos e queria nunca mais pisar na faculdade. Então... ele me chamou para sair! Isso mesmo, finalmente aconteceu alguma coisa nessa estória! Bom, essa parte eu vou resumir. Fomos dar uma volta na praia, conversamos, nos beijamos e começamos a namorar (apesar de só termos nos dado o rótulo de "namorados" uma semana depois).

Pensando bem, acho que temos mesmo uma estória bonitinha para contar. Principalmente quando relembro de todas as particularidades do nosso primeiro encontro: ele chegando na porta da minha casa com uma folha da lista telefônica na mão para não errar o caminho; nós trocando filmes alugados (Peixe Grande e A Felicidade não se Compra) para termos uma desculpa para nos ver no dia seguinte; eu incrédula perguntando "sério!?" quando ele me pediu um beijo; o coco caindo no ombro dele quando estávamos indo embora (acidente número 4. Ooops, não é desse tipo de acidente que eu estava falando...); ele resistindo à dor para se fazer de forte. Enfim, cada uma dessas pequenas coisas que faz o nosso "acidente" ser tão diferente do de outras pessoas. Para eles também foi um acidente, mas não um igual ao nosso.

* Idéia (e trechos) retirada da música The Way We Met do Morphine.


Por Lady Sith às [08:16]

3 comentários


Minha foto
Nome:
Local: Niterói, Rio de Janeiro, Brazil

[Mapas]

[Ficou para a História...]
outubro 2005 novembro 2005 dezembro 2005 janeiro 2006 fevereiro 2006 março 2006 abril 2006 maio 2006 junho 2006 julho 2006 agosto 2006 setembro 2006 outubro 2006 dezembro 2006 janeiro 2007 abril 2007 maio 2007 junho 2007 julho 2007 agosto 2007 setembro 2007 outubro 2007 novembro 2007 abril 2008 maio 2008

[Outros Mundos]
  • Ana Martins
  • By Myself
  • Comentários Abertos
  • Drops da Fal
  • Dupla Acidez
  • Encontre o Peixe
  • Futilidade Pública
  • Garota Congelada
  • Garotas que dizem NI
  • Hollywood Blog
  • Idéias Mutantes
  • Idéias em Fuga
  • La Reina Madre
  • Nana Flash
  • Nana is Online
  • Para Francisco
  • Te dou um dado?
  • Uma Dose de Nigrinhagem
  • Welcome to my World




  • [Créditos]
    Hosted at Blogger

    ¤ Layout feito por Nana Flash