Os falsos deficientes/idosos: Os idosos, os deficientes e as grávidas só têm oito lugares reservados antes da catraca. Os demais podem se servir de dezenas de cadeiras na parte de trás. Por isso eu não consigo entender o que leva uma pessoa a ocupar justamente o lugar reservado aos velhinhos (principalmente quando o resto do ônibus está vazio) e ainda se fazer de desentendido deixando os tadinhos em pé enquanto ela fica lá sentada no maior frosô.
A tia espaçosa: Você entra num ônibus com apenas um lugar vazio na janela. Quando chega lá, vê que ele, na verdade, está ocupado pela bolsa de uma tia que faz a maior cara feia quando você pede licença para sentar. Já que eu adoro ser má, sempre que possível ocupo o lugar da bolsa de uma tia. E tento ser o mais espaçosa possível para ela aprender a deixar de ser folgada. Se não quer ter ninguém sentado ao lado, compre um carro! Como o próprio nome diz, o transporte é coletivo, então essas senhoras têm que aprender a dividir o espaço com os outros. E antes que alguém pense que sou mal-educada, estou falando de uma bolsa normal, e não de várias sacolas de supermercado. Quando alguém está com compras, ocupar dois lugares é perfeitamente compreensível.
O pirralho chato: Você teve um dia horrível. Quando chega a noite, a única coisa que você quer é pegar seu ônibus tranqüilamente e chegar em casa sem que mais nada te aborreça. Pode ter certeza que Murphy trabalhará contra você e te fará pegar um ônibus com um moleque chato que é capaz de balir mais alto que uma ovelha. E você não saberá porquê o peste está gritando, só dá para identificar um "eu quero" entre um berro e outro. E a cidadã que se intitula mãe do garoto não faz nada para calar a boca daquela criatura das profundezas. Às vezes, para tornar a viagem alheia mais prazerosa, ela é capaz de se pôr a berrar mais alto que o pivete. Pode ter certeza de que, neste momento, Murphy estará em êxtase.
O inconveniente: Esse já teve uma menção em outro texto. Existe algo pior no ônibus do que aquelas pessoas que ocupam a porta de descida fazendo com que você tenha que se esfregar nelas para poder sair? Acho que quem faz isso deve ser um tarado que se excita ao ficar se roçando nos demais (e incautos) passageiros.
A cantora: Desde que a EMTU brindou os recifenses com ônibus com rádio minha vida se transformou. Passei a conhecer o fino da música brega e a ter mais distração nas minhas viagens. É batata, em todos os ônibus onde há música tocando tem uma mulher que sabe todas as letras e canta a plenos pulmões. E até músicas como Renata do Latino merecem interpretações emocionais, apaixonadas e desafinadas desses talentos desconhecidos. O vendedor ambulante: A figura mais onipresente entre todas as citadas. Os vendedores encaram até ônibus lotado e vendem de tudo: lindas canetinhas, pipocão crocante doce ou salgado, jujubas deliciosas, cartões com declaração de amizade, entre outros. O mais legal é ver como as coisas são inflacionadas no universo dos ambulantes. Todos os produtos custam de R$ 2,00 a R$ 2,50 nas lojas, enquanto eles vendem por apenas 1 real. E você ouve aquele discurso rindo por dentro porque sabe que aquela caneta vagabunda (e nada bonita) custa no máximo uns 50 centavos. Mas eles não são assim tão maus. Afinal de contas, eles poderiam estar roubando, poderiam estar matando, mas estão apenas no ônibus vendendo aquela linda canetinha... :p