[17.4.08]
[Titanic e eu]
O ano era 1998. Celine Dion berrava desesperadamente no rádio, Leonardo di Caprio estava em todas as revistas, adolescentes (histéricas) deixavam rios de dinheiro nas bilheterias – cerca de US$ 1,6 bilhão, para ser mais exata –, você enfrentava filas quilométricas para ir ao cinema, mesmo que quisesse assistir algo menos badalado, como George, o Rei da Floresta. Titanic foi um fenômeno mais avassalador do que o Katrina ou o Vesúvio. Dificilmente existiu um indivíduo que não foi atingido por seus efeitos. Nunca um filme ganhou tanto dinheiro, foi tão comentado, tão parodiado (ok, talvez Matrix tenha sido) e fez tantas pessoas derramarem tantas lágrimas quanto ele. * Texto escrito para atender o convite do Dark. Demorou pacas, está mal-escrito, mas saiu. Aporveito para avisar aos meus dois leitores (dois, que iludida!) que eu tentarei retomar o blog.
No entanto, o mais interessante de Titanic é que ele é um filme odiado por todos. Você provavelmente não conhece nenhum fã do filme. Você não conhece alguém que sequer tenha gostado dele. Todo mundo o acha uma porcaria completa. A opinião geral é de que ele é melodramático, a estória de amor é forçada, o casal não tem química, os diálogos são infantis e que o filme só vale mesmo pela hora final quando mostra o naufrágio – e o picolé de di Caprio, como os engraçadinhos gostam de falar. Achar outra coisa é uma sentença de morte intelectual e moral diante dos seus amigos. E é correndo o risco de sofrer represálias e de perder todos os meus amigos que confesso: eu gostei de Titanic.
Sim, o filme é melodramático, a estória de amor é forçada e mais todas aquelas coisas que todos dizem. Entretanto não há como negar que a reconstituição de época é incrível, que tem algumas ótimas atuações – principalmente Kate Winslet e Kathy Bates – e até umas frases inspiradas, como quando Rose diz que o Dr. Freud teria umas considerações interessantes a fazer sobre essa obsessão masculina com o tamanho. Mas o que me fez gostar de Titanic foi ele ter conseguido me emocionar. Isso aconteceu na cena em que Rose está descendo no bote, olha para o navio e vê seu noivo e Jack juntos. A expressão dela naquele momento, de quem estava deixando para trás os melhores momentos da sua vida, me tocou. Pode ser que só garotas bobas que acreditam no amor (bobas e bregas, diga-se de passagem) sejam afetadas por essa cena. Pode ser que revendo o filme (coisa que só fiz uma vez) eu ache a cena idiota e especialmente calculada para fazer o público chorar. Não importa. O fato é que naquele momento Titanic me emocionou. E que, diante de tantos filmes que não te dizem nada, aqueles que te emocionam, mesmo que em uma cena de poucos segundos, sempre valem a pena guardar.
E eu aposto que se você vasculhar em na sua memória irá encontrar algo no filme que tenha te marcado. Não? Tem certeza? Então só eu que sou boba mesmo.
Por Lady Sith às [16:56]
4 comentários
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