[18.7.06]

[Devaneios]


Cena 01
Ele: E aí, viu o jogo ontem? Gostou do resultado?
Eu: Vi, mas só consegui acompanhar o finalzinho. Foi um jogão. Estava torcendo tanto para a Itália. Fiquei tão feliz quando fizeram os gols... Quer dizer, fiquei feliz até a TV mostrar a torcida alemã chorando. Aí fiquei com remorso. Preferia que a Alemanha tivesse ganho.
Ele: Mas se a Alemanha tivesse ganho, os italianos ficariam tristes e você ficaria chateada do mesmo jeito.
Eu: Eu sei. Por isso é que eu acho que todo mundo devia ganhar. Assim ninguém ficava triste.
Ele: Mas é uma competição. Se nenhum time perdesse, não haveria campeão e não teria graça em assistir Copa do Mundo. Você não ia gostar do mesmo jeito.
Eu (com aquela cara de "você está certo, mas bem que poderia ser do meu jeito"): É, eu sei. Mas seria mais divertido se todo mundo ganhasse.

Cena 02
(Dia de chuva. Por alguma razão, caminhos tomados para ir ao trabalho surgem no meio da conversa)
Ele: Hoje eu passei pela Imbiribeira.
Eu: Estava alagada?
Ele (com cara de dúvida): Não...
Eu: Ah, é. A Imbiribeira não alaga. Quem alaga é a Av. Recife. Eu sempre confundo as duas. Imbiribeira não é onde tem o aeroporto?
Ele: É. Acho que você confunde porque a Av. Recife vai dar na Imbiribeira (ou o contrário, eu sempre me perco nessa história de nome de rua e não lembro do diálogo literalmente).
Eu: Que coisa mais sem lógica. Se a Av. Recife vai dar na Imbiribeira, deveria ter o mesmo nome.
Ele: Como?!
Eu: É. As avenidas não deveriam mudar de nome a cada trecho diferente. Devia ser tudo Av. Recife.
Ele: Mas, por essa lógica, as ruas não mudariam de nome nunca. A gente poderia percorrer todo o Brasil pela Av. Recife. Imagina sair daqui e chegar ao Rio de Janeiro sempre pela Av. Recife. Ficaria muito confuso, não?
Eu: Não, seria mais simples para decorar o nome das ruas. Do jeito que é agora, parece até o Rio Amazonas, que recebe vários nomes ao longo do curso.
Ele: Mas se o Amazonas não tivesse vários nomes, como a gente diferenciaria o rio principal dos afluentes?
Eu: Sei lá, podia chamar os afluentes de Amazonas 1, 2, 3... Ficaria mais fácil.
Ele: Tá. Digamos que essa sua idéia dos nomes das ruas seja adotada. Como é que seriam os endereços, já que todos moraríamos na mesma rua?
Eu: É para isso que servem os números, ué. Para diferenciar os endereços.
Ele: Mas os números seriam muito grandes. Ninguém conseguiria decorar. Todo mundo ia ficar perdido. Não ia dar certo.
Eu (com aquela cara de "você está certo, mas bem que poderia ser do meu jeito", resmungo): Não tem lógica.

Cena 03
(Sinal fechado. Os dois atravesando a rua fora da faixa de pedestres. Um carro dobra de uma das ruas transversais para a avenida principal)
Ele: Corre!
(Eu continuo andando no mesmo ritmo. Ao chegar na calçada)
Eu: Nem adianta gritar para eu correr. Me recuso a correr para atravessar a rua.
Ele: Que tendência suicida é essa agora?
Eu: Não é tendência suicida, só acho que não custa nada o motorista esperar o pedestre terminar de atravessar a rua. Você viu que ele saiu da faixa em que estava originalmente para vir pra cima da gente?
Ele: Mas ele não tinha que esperar nada. Nós estávamos errados, atravessamos fora da faixa.
Eu: Mesmo assim. O cara estava sozinho, tinha quatro faixas para andar. Por que ele tinha que vir justamente para a faixa que a gente estava terminando de atravessar? Ele também estava errado.
Ele: E se o cara estivesse bêbado? Ele não ia pensar em não ir para a faixa em que a gente estava. Além do mais, nós estávamos errados e ele tinha o direito de escolher a faixa que quisesse.
Eu (com aquela cara de "você está certo, mas bem que poderia ser do meu jeito"): Mesmo assim. Não custava nada ele ter esperado. Motorista mal educado.

Por que as coisas não são da forma que eu acho que elas deveriam ser?


Por Lady Sith às [15:41]

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